5.6.11

Havaianas em expansão: O comércio exterior.

INTERNACIONALMENTE


A partir das mudanças ocorridas na marca em meados dos anos noventa, as Havaianas passaram se expandir cada vez mais, tendo em vista que até então suas exportações eram destinadas apenas à América do Sul. Foi no ano de 2001 que as Havaianas alçaram vôo para os outros cantos do planeta, estando presentes em todos os continentes do globo.

Paralelamente à expansão das Havaianas, o governo brasileiro, a partir do começo dos anos 2000, passou a investir em medidas e incentivos fiscais, visando aumentar a participação do país no comércio internacional. Foi uma resposta aos apelos dos estudiosos e das principais organizações internacionais – notadamente o FMI e a OMC – que enxergam na abertura comercial a possibilidade de ganhos econômicos (PINHEIRO, MARKWALD, PEREIRA, 2002). Não podemos esquecer, também, que ganhos econômicos podem gerar ganhos absolutos e relativos.

Diante do boom de exportação das Havaianas, foram montados escritórios e pontos de revenda em vários países, como Chile e Estados Unidos, processo que se deu também no continente europeu. Atualmente, porém, é a Austrália que se destaca nos dados de consumo das tão famosas sandálias brasileiras: o país é o maior consumidor per capita das Havaianas no mundo, seguida pelo Brasil, Venezuela e Colômbia.

MÍDIA E MARKETING


Como dito anteriormente, a grande mudança de percepção da marca Havaianas se deu com a renovação das estratégias de marketing. Na tentativa de fazer a marca ganhar mais visibilidade, as Havaianas investiram em marketing informal, ou seja, um tipo de marketing indireto. Figuras famosas, brasileiras e estrangeiras, começaram a ser vistas as calçando – graças a distribuição gratuita de edições limitadas das sandálias, chegando, inclusive, a serem parte do "kit luxo" da festa do Oscar.

O grande objetivo dessa estratégia não estava na construção de um mercado segmentado (Havaianas para classes distintas), mas causar nas pessoas um sentimento de aproximação em relação ao estilo de vida dos famosos. Embora não fossem mais um item de cesta básica, também não eram cristais Swarovski[1]. Os famosos estavam fazendo uso de produtos que também eram acessíveis ao público geral.

É interessante perceber as mensagens passadas pelas propagandas vinculadas nos meios de comunicação: o que se vende não é só um produto, é um estilo de vida baseado na imagem construída do Brasil – alegre, colorido, diversificado, porém unido.

Essas propagandas, entretanto, variam de acordo com o público-alvo: de país para país e, inclusive, dentro do próprio país. A empresa demonstra sensibilidade cultural que traz vantagens e retornos financeiros, tanto para a empresa quanto para o seu país de origem.

Um dos pontos mais interessantes em relação à imagem de Brasil, passada pelas Havaianas, é que ela corrobora os discursos políticos de um país confiável e culturalmente diverso. É possível se fazer essa análise pela comparação entre as diretrizes governamentais de marketing estatal e as ideias e imagens disseminadas nos comerciais das Havaianas. Em última instância, o que as Havaianas fazem é a promoção do Estado brasileiro como força política e econômica, além de cultural, fator que gera para a empresa, não somente benefícios econômicos, mas lhe garante a simpatia e empatia que o Brasil, e o povo brasileiro – alegre, criativo e espontâneo – costumam despertar mundo afora.


CONCLUSÃO


A estratégia utilizada pelas havaianas não são exclusivas da marca, ao contrário, analisando a lista de empresas que mais se internacionalizaram e exportaram nos últimos anos, é possível perceber que grande parte delas utiliza a imagem brasileira pra se promover.

O que nos leva a crer que não é mais possível distinguir estado e iniciativa privada em duas esferas antagônicas, ao contrário, elas tendem a trabalhar juntas para melhorar o cenário das exportações nacionais e da credibilidade comercial do Brasil. Internacionalmente é perceptível a influência que as empresas passaram a ter nas agendas políticas depois do fim da Guerra Fria, o que leva a maior agilidade de necessidade desta união.


Fonte: www.administradorescom.br


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